Porque pedimos pela LIBERDADE em uma época em que tudo parece ao nosso alcance?
Pedimos liberdade pois acreditamos que a sociedade, o mercado e o sistema político tal qual conhecemos não nos garante uma real participação e representatividade como cidadãos.
Vemos aumentar a cada dia o descrédito da população em relação ao nosso Poder Público e sua adminsitração. O sistema político no qual vivemos desconsidera cada vez mais as demandas e reais interesses dos indivíduos que vivem em sociedade. A corrupção acaba sendo apenas um reflexo que nos permite ver o quanto interesses particularistas e simplesmente materiais estão acima das nossas reais necessidades humanas, como indivíduos e cidadãos que somos. Acreditamos que não estamos apenas conectados virtualmente, mas principalmente estamos conectados com o ambiente e o meio em que vivemos, às nossas necessidades humanas de podermos nos expressar livremente e de sermos ouvidos com igualdade. Por esses fatos e tantos outros, vemos a Marcha da Liberdade como uma maneira verdadeiramente democrática e constitucional de reivindicar por uma REAL DEMOCRACIA.
Não se trata de uma organização. Não se trata de um partido. Surge uma rede feita por gente de carne e osso. Organizados de forma horizontal, autônoma, livre. Convictos de que a Liberdade é uma obra em eterna construção, a base de todas as outras: de credo, de assembleia, de posições políticas, de orientação sexual, de ir e vir. De resistir.
Somos jovens, velhos, estudantes, trabalhadores, minorias no sentido amplo da palavra que compartilham da mesma indignação e não acreditam mais nas incoerências administrativas com as quais temos que lidar em todos os planos de governo, sejam eles municipais, estaduais, nacionais e mundiais.
Temos plena noção e consciência de que é apenas participando, demonstrando nossa verdadeira opinião e indignação nas ruas, que conseguiremos fazer a real mudança e assim, deixarmos de sermos tratados como meras mercadorias e passar a REALMENTE fazer parte do mundo através da valorização de verdadeiros valores humanos conscientes do plano coletivo e do meio sócio, político e ambiental em que vive.
A Marcha da Liberdade, acampamentos populares e inúmeras manifestações reivindicando por uma real democracia têm se espalhado por toda Europa, América Latina e Oriente Médio.
Em 28 de maio de 2011, São Paulo, cerca de 5 mil pessoas de todas cores, crenças e bandeiras, defensores das mais diversas causas, vítimas das mais diferentes injustiças, foram às ruas. Na Internet, uma multidão espalhava a mensagem como vírus pelas redes sociais. Naquele dia, o Brasil marchou unido por um mesmo ideal. Nascia ali a Marcha da Liberdade.
Agora é a vez do Brasil inteiro fazer ecoar este grito, que já se espalha pelo planeta, da primeira Marcha da Liberdade em São Paulo.
Temos as tecnologias virtuais, a internet e suas redes sociais a nosso favor. Estamos conectados e conscientes de que essa indignação e necessidade por mudança se encontra por todas as partes no atual momento. E assim, conectados podemos perceber o quanto as angústias, reivindicações, reflexões e apelos que encontramos em nossa cidade são compartilhados em âmbito global por aqueles que não acreditam estar realmente vivendo a liberdade e igualdade real que só uma Democracia Real poderia garantir. Conectados virtualmente, viemos agir sobre o mundo real.
Dia 18 de junho, a Marcha da Liberdade se espalha por dezenas de cidades, conectando várias forças em uma ação que explicita o desejo de novas formas de interação e participação em sociedade, a pré-disposição ao debate, o mútuo respeito à opinião e às diferenças, a ânsia por uma democracia efetiva.
Acreditamos que precisamos agir localmente frente a um sistema político que se julga democrático, mas que no entanto, priva as considerações e expressões de grande parte de seus cidadãos.
Ciclistas, lutem pelo fim do racismo. Negros, tragam uma bandeira de arco-íris. LGBTT, gritem pelas florestas. Ambientalistas, cantem. Artistas de rua, defendam o transporte público.
Pedestres, falem em nome dos animais. Estudantes, clamem pela cultura. Músicos, venham pela educação. Não somos virtuais. Somos transversais. Somos REAIS.
Queremos uma DEMOCRACIA REAL. Espalharemos cada vez mais as informações e instrumentos necessários para uma verdadeira participação tendo em vista que essa acessibilidade nos é um direito previsto em nossa Constituição de 1988.
Somos todos uberlandenses, mineiros, brasileiros, bolivianos, chilenos, latinos, espanhóis, europeus, egípcios, africanos.
Somos o mundo.
Somos livres.
E estamos JUNTOS!